domingo, 8 de agosto de 2010

Mar de Almirante


Amor Incondicional. Amor indescritível. Amor como não há igual no mundo. Amor infinito.

Esses são alguns dos adjetivos que já escutei quando o assunto é amor dos pais pelos filhos. Mas e o amor dos filhos pelos pais?! Sobre ele, eu ouço pouco.


Será que a certeza de que o amor que os pais têm por seus filhos é tão grande, tão acima de tudo, faz os filhos pensarem que não precisam retribuir de outra maneira além de simplesmente existirem? Não quero acreditar nisso. Francamente, isso seria muito egocentrismo. O amor que um filho sente por seus pais, e quando eu falar "pais" leia-se "aqueles que criaram com carinho e amor", é tão grandioso quanto o deles. Mas acho que não é tão declarado. O que é uma pena.


Hoje é dia dos pais. O meu pai eu não pude abraçar, mas mandei um email. Um email de poucas, mas sinceras palavras. Mas essa impessoalidade eletrônica é algo que me incomoda. Apesar disso, fico pensando se eu teria dito a mesma coisa se ele tivesse aqui. E o pior de tudo é que "não" seria a resposta.
Não que eu seja uma pessoa fria, mas acho que disse "Eu te amo" mais vezes a alguns amigos do que ao meu próprio pai. Lastimável. Mas, para minha sorte, eu ainda tenho tempo para me redimir.

Gostaria de agradecer ao meu pai por sempre me dar tanto amor, tanta dedicação. Por sacrificar-se apenas pela minha felicidade. Por ter esquentado minhas mãos no inverno, por ter me ensinado a caminhar, não sozinha, mas ao seu lado. Por me levantar sempre que caio, enxugando minhas lágrimas e dizendo "pronto, pronto! já passou!" . Por me apoiar, me incentivar, me guiar, me ensinar. Ensinar a amar, a respeitar, a ouvir, a entender, a compreender, a aprender, a viver.
Espero, do fundo do meu ser, que eu consiga lhe retribuir, um pouquinho que seja, todo esse amor. E mais: espero, um dia, ser para meus filhos, o espelho de seu exemplo. Te amo.



Pai,
No velejar da minha vida, você é o meu porto seguro
Nas turbulências do meu mar, você é meu céu de Brigadeiro
No vai-e-vem das ondas
Sinto seus braços a me embalar
E quando estas tocam a areia
Sinto seus doces beijos
Beijos que curam feridas
Que trazem ternura
Suas palavras são como os corais e as algas
Que deixam meu mar ainda mais colorido
Seus ensinamentos, o sal que me tempera 
Quando mergulho no seu abraço
É como se eu pudesse sentir a própria vida a me envolver
Cada gota do meu oceano tem um pouquinho de você
Sei que não sou seu "Mar de Almirante"
Mas você o Almirante virtuoso
Que respeita as minhas interpéries
Ludibria meus caprichos
E conhece meus caminhos
Sem necessidade de bússola
Pois vem de você
Cada pedacinho desta imensidão.


2 comentários:

  1. É...amor de api, de mãe ( leia-se, como vc disse, q criaram com amor e carinho) é incondicional mesmo..são as únicas pessoas que você tem certeza de que pode contar pra qualquer coisa e q apesar das loucuras q a gente faz, sempre vão nos perdoar! Pena msmo é que nós dizemos poucas vezes "eu te amo" a estas pessoas...
    Amiga, obrigada pelo comentário no meu blog!!
    Adoro o seu tb!!
    Beijãoooo

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  2. Oi.Carol!
    Tudo bem? Quero te agradecer pelas belas palavras do dia do pais, mais pareces uma escritora, quem sabe não teremos uma futura imortal, da academia brasileira de letras?
    Poderias ter mandado para zero hora, guarda e manda ano que vem, pois os textos são dignos de publicação e que todos os pais deveriam ler e ouvir, parabéns, me sinto lisonjeado e orgulhoso da filha que tenho. Ass. Milmar Lara

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